6 dicas para comprar carro mais barato em leilão
Comprar carro semi-novo em leilão pode ser um jeito de gastar até 30% abaixo da tabela Fipe, se você fechar um bom negócio. A oferta de veículosà venda deve crescer nos próximos meses, por causa dos consumidores que não conseguiram pagar o financiamento e perderam o carro.
Para começar, entenda que o leilão é uma venda pública de empresas leiloeiras, online ou presencialmente, aberta a qualquer pessoa física ou jurídica. Assim, você vai competir com lojas de carros, e leva quem der o lance maior.
A inadimplência nas modalidades de financiamento em que o bem é colocado como garantia da dívida passou de 4% para 4,7% nos últimos 12 meses até outubro, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
Apesar de representarem apenas 20% dos consumidores desse mercado, pessoas físicas como você levam vantagem porque não têm a obrigação de ter lucro e podem dar lances mais altos, como explica o leiloeiro da Sodré Santoro Moacir de Santi.
1) Certifique-se de que o leilão é legalizado
É importante buscar um leilão regulamentado, registrado em um edital público, como lembra José Félix, responsável pela área de varejo da empresa de vistoria Dekra. O consumidor pode encontrar o edital no próprio site da empresa de leilão ou em jornais.
2) Compare preços no mercado
Antes de dar um lance, é essencial pesquisar os preços que as revendas cobram pelo carro do mesmo modelo e ano oferecido no leilão. Sites como OLX, Mercado Livre e iCarros podem ajudar.
Tenha cuidado para não dar um lance alto demais, na tentativa de arrematar o leilão, e acabar pagando muito caro, como recomenda a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ione Amorim.
3) Avalie bem a condição do carro
Em leilões de veículos, há carros simples ou mais luxuosos, em boas ou más condições. Além dos devolvidos por falta de pagamento, há automóveis que sobraram nos estoques das montadoras, praticamente novos, e carros vendidos por seguradoras, envolvidos em acidentes ou encontrados após roubo.
Os carros são colocados à venda no leilão da forma como foram entregues ao leiloeiro e é possível agendar uma visita para averiguar o estado do veículo.
No entanto, é comum o leiloeiro impedir que os possíveis compradores liguem o carro e até até entrem no veículo, e é aí que mora o perigo, segundo o advogado e engenheiro Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics.
“Normalmente os veículos provenientes de leilão são bens em estado ruim de conservação e exigem certo investimento para deixá-lo em ordem”, explica. Assim, por exemplo, se você comprar um bem que vale 20 mil reais por 15 mil reais, terá lucro, mas se tiver que investir mais de 5 mil reais para arrumá-lo, terá prejuízo.
Entretanto, a lei protege consumidores de problemas ocultos, e uma ação na Justiça pode resolver a questão, segundo Kalume Neto.
Alguns dão um valor de avaliação para o carro, como referência para o consumidor, a partir de uma vistoria terceirizada, o que traz segurança. “Tendo os cuidados necessários, você consegue encontrar bons produtos”, avalia José Félix, da Dekra.
4) Conheça todos os custos do leilão
Além do carro, o consumidor precisa pagar uma comissão para o leiloeiro de 5% sobre o valor do veículo. Algumas empresas também cobram outras taxas administrativas, mas o Idec recomenda que os clientes não paguem por custos como diárias do depósito, taxas de reboque e débitos do antigo dono do carro.
Por isso, é importante ler atentamente o edital publicado pela organização antes de fechar o negócio. Não esqueça que você também terá despesas com a documentação para transferir o carro para o seu nome e com os reparos necessários no carro. Todos os custos precisam ficar abaixo do desconto em relação à tabela Fipe, se não, a compra não vale a pena.
5) Prepare o bolso para pagar à vista
Não é possível financiar carro comprado em leilão, por isso, prepare o bolso. Organizar o orçamento e começar a investir são passos importantes.
6) Peça ajuda de alguém experiente
Por ter tantos detalhes que podem gerar prejuízo, Ione Amorim, do Idec, recomenda fechar negócio com a ajuda de alguém que já passou por essa experiência ou que conhece melhor o mercado.
“Às vezes, o consumidor se sente atraído pelo veículo significativamente abaixo do valor de mercado, mas, sem conhecimento, pode fazer um péssimo negócio”, diz Ione.
Fonte: Exame